domingo, 26 de novembro de 2017

ITAN AOS PÁSSAROS SAGRADOS.

A LENDA DOS SAGRADOS PÁSSAROS.

Uma antiga história yorùbá, diz que Olodunmare Eleda Ohun Gbogbo, o criador de todas as coisas, disse que 06 pássaros seriam primordiais, inigualáveis e de prestígio inquestionável no Aye. Disse que esses pássaros seriam respeitados como as próprias Divindades.
Os Adivinhos queriam saber quais seriam os pássaros e o que os diferenciariam dos demais. Olodunmare disse que esses pássaros seriam transformadores de Asè, ele disse que esses pássaros carregariam o próprio Asè. Mas como eles seriam detentores de Asè, como eles carregariam o Asè?
Olodunmare então chamou o pássaro Agbé e disse:

Agbé você será detentor de Asè, você carregará em seu corpo o próprio Asè. Agbé questionou o que deveria fazer. Você deverá banhar sua plumagem no Aro. Agbe o fez, ganhou beleza e passou a receber honrarias. Agbé agora é um primordial inigualável.


Mas, ainda faltavam 05 pássaros. Olodunmare então chamou o pássaro Aluko e disse: Aluko você será detentor de Asè, você carregará em seu corpo o próprio Asè. Aluko questionou o que deveria fazer. Você deverá banhar sua plumagem no Osun. Aluko o fez, ganhou beleza e passou a receber honrarias. Aluko agora é um primordial inigualável.

Mas, ainda faltavam 04 pássaros. Olodunmare então chamou o pássaro Odidere e disse: Odidere você será detentor de Asè, você carregará em seu corpo o próprio Asè. Odidere questionou o que deveria fazer. Você deverá banhar sua plumagem no Epo Pupa. Odidere o fez, ganhou beleza e passou a receber honrarias. Odidere agora é um primordial inigualável.

Mas, ainda faltavam 03 pássaros. Olodunmare então chamou o pássaro Lekeleke e disse: Lekeleke você será detentor de Asè, você carregará em seu corpo o próprio Asè. Lekeleke questionou o que deveria fazer. Você deverá banhar sua plumagem no Efun. Lekeleke o fez, ganhou beleza e passou a receber honrarias. Lekeleke agora é um primordial inigualável.

Mas, ainda faltavam 02 pássaros. Olodunmare então chamou o pássaro Akoko e disse: Akoko você será detentor de Asè, você carregará em seu corpo o próprio Asè. Akoko questionou o que deveria fazer. Você poderá usar a coroa vermelha –   adè pupá. Akoko vestiu a coroa, ganhou beleza e passou a receber honrarias. Akoko agora é um primordial inigualável.

Mas, ainda faltava 01 pássaro. Olodunmare então chamou o pássaro Agbufon e disse: Agbufon você será detentor de Asè, você carregará em seu corpo o próprio Asè. Agbufon questionou o que deveria fazer. Você receberá a outra coroa – Adè. Agbufon vestiu a coroa, ganhou beleza e passou a receber honrarias. Agbufon agora é um primordial inigualável.

Depois disso, Olodunmare disse que nenhuma outra ave seria inigualável e de prestígio inquestionável no Aye. Mas havia outro pássaro, que não parava de reclamar, ele queria ser inigualável e de prestígio, esse pássaro era Opere. Olodunmare então disse que cortassem a cauda de Opere e que isso o diferenciaria dos demais, uma cauda muito curta.

Assim, essas 7 aves tornaram-se importantes no culto ao Orisá, sendo veneradas.

Pai Kiko tí Òsun.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

EJÁ - O PEIXE RITUALÍSTICO.

Ejá

Peixe Pargo, entra na mesa do Eborí e participa da iniciação.
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O Peixe (EJÁ) é visto como símbolo da fecundidade e fraternidade no Candomblé. É ligado a vários Orixás ligados a água e a pesca.
O Peixe é o próprio espírito das águas, sendo que esta representa o fluído vital, o fluxo de informações e conhecimento espiritual e material, por isso também representa a sabedoria repassada pela descendência.
O Peixe representa as potencialidades individuais de cada um, pois a imensidão do oceano é a sua casa e a liberdade o seu próprio caminho, por isso usamos no Borí, para que tenhamos nossa liberdade das nossas escolhas e caminhos.
O Peixe é a comida em vários pratos e oferendas de Orixás, entra no Borí e na iniciação, é um poderoso atin.
Normalmente utilizam-se o Pargo ou Cioba, pois o peixe equilibra e acalma o Orí proporcionando calma e paz.
Determinados peixes servem também de inibidor de energias negativas, como o Bagre, por exemplo, que acompanha e protege a mesa de borí e vai no carrego.
Segundo as tradições antigas, é proibido o uso e alimentação dos peixes de couro, pois estes vivem enterrados na lama e no lodo, assim como todo animal proveniente desse habitat.

Peixe bagre entra na mesa do borí e acompanha o carrego.

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Pai Kiko tí Òsun.

OVO A MAIOR CÉLULA VIVA, E DE GRANDE IMPORTÂNCIA NO CULTO AOS ORISÁ


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O ovo e sua importância e utilidade dentro da nossa Liturgia, Preceitos e Fundamentos.
O ovo é o principal e maior símbolo da fertilidade, utilizado amplamente nos rituais de INICIAÇÃO, EBORÍ, EBO para reativar a energia positiva como também retirar as energias negativas.
Existem vários ITAN dos Tratados de IFÁ relatando a grande importância do EYIN.
Um deles conta que OLÓDÙMARÈ estava para dar origem ao universo, tinha num pote de barro “4 ovos”.
Com o 1º ovo, deu origem a ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ, surgindo na explosão da luz, sem forma, assim ÒÒSÀÀLÁ surgiu no mundo.
Com o 2º ovo, deu origem a ÒGÚN, a forma.
Com o 3º, deu origem a OBALÚWÀIYÉ, a estrutura.
O 4º ovo acidentalmente cai de suas mãos, estourando-se no chão e revelando sua riqueza.
Originou-se assim, a primeira Mãe ancestral chamada ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, expondo o segredo de sua riqueza para o grande PAI, ou seja, mostrando seu poder de fertilidade sobrenatural, exposto a olho nu, diante do Deus Supremo, nascendo assim a fonte mantenedora da vida.
O Ovo possui três diferentes cores, associado às cores principais e primordiais do universo:
- o ovo de casca azul, representando a cor preta DÚDÚ relacionada com a escuridão (a falta de luz nas profundezas da terra e dos mares).
- O ovo de casca branca, relacionada a explosão da luz.
- O ovo de casca vermelha, relacionada ao ÀSE = fogo mantenedor da fertilidade totalmente relacionado ao poder astral.
Seu conteúdo possui diversas características e a maioria das vezes, é branco, frágil e oval; dele nasce um novo ser associado à idéia de que o universo surgiu primordialmente dele próprio, na forma de um protótipo do mundo, como um filho de asas negras = ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ,
que foi cortejada pelo FUN FUN (branco) = ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ.
O ovo é uma célula reprodutora feminina dos animais, chamada macro-gameta ou seja, rudimento de um novo ser organizado e primeiro produto do encontro dos dois sexos, pelos quais desenvolve a possibilidade de existência do feto.
Origem e princípio, uma imagem viva do grande mundo (O Universo), em oposição ao microcosmo (o homem).
O Ovo é resultante da composição e fecundação de óvulos, possuindo 4 partes:
A 1ª parte é a casca, que representa o útero (invólucro mítico).
A 2ª parte é a membrana interna, que representa a bolsa, placenta uterina (parede defensora).
A 3ª parte é a clara, matéria viscosa e esbranquiçada, do grupo das proteínas que representa o útero.
A 4ª parte é a gema amarela, parte intima central e globular, suscetível de reproduzir, a qual representa o feto, um novo ser esta sendo gerado, preparado para nascer e atuar no que for necessário.
O mito do ovo está presente em todas as culturas antigas, entre elas a Africana, Fenícia, Chinesa, Eslava, Polinésia, Hindu, Hebraica e demais.
A força germinal contida no ovo, esta associada à energia vital com grande desenvolvimento através de ÈSÙ, motivo pelo qual, tanto o ovo, quanto ÈSÙ desempenham uma função importantíssima no CULTO aos ÒRÌSÁ, principalmente no culto de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, ÒSUN, YEWÀ, OYA, OBALÚWÀIYÉ.
Confirmando uma total conexão com a fertilidade, magias para o amor, purificando e quebrando forças maléficas.
A gema, sangue germinal unida à clara vamos ter nutrientes e hidratação, transformados num único ser vivo individual no interior do ovo; plagiando o mesmo processo no interior do útero, que indiscutivelmente é o mesmo processo que acontece nos nossos rituais, a mesma idéia de união do casal universal OBÀTÁLÁ e YEMOWO.
Mas no contexto do ovo acontece mais rapidamente, não existindo nenhum tipo de vínculo biológico entre a mãe e o filho, ou seja, não existe cordão umbilical.
Isto explica o poder contido no ovo por si só, o qual foi um elemento criado diretamente pelo todo poderoso OLÓDÙMARÈ, que colocou primeiramente o Ovo no mundo, logo depois surgindo dele a vida, ou seja, a ave.
Por isso, o ovo é um elemento originado diretamente pelo Criador, o símbolo mais importante que representa o poder de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, Mãe Ancestral, que necessita intrinsecamente do poder masculino de ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ, o qual faz do ovo um elemento de muito ÀSE (poder realizador).
O ovo é utilizado amplamente em vários rituais dos nossos preceitos, que depois de encantados com os OFÒ, ORÍKÌ ou GBÀDÚRÁ; tem a finalidade de neutralizar o mal, as energias negativas e purificar o ORÍ dos OMO ÒRÌSÀ KON.
Sendo um elemento de manipulação, atua como agente de purificação nos EBO entes da INICIAÇÃO dos OMO ÒRÌSÀ KON; melhora assim o ORÍ que ira receber as oferendas do EBORÍ; para que o nosso ÒRÌSÀ ORÍ que é a central de ligação entre o nosso corpo com o nosso ÒRÌSÀ ÈLÉÈDÁ esteja em perfeita harmonia; é o caminho para podermos superar os obstáculos em nossa vida, para que esta possa estar em harmonia e energeticamente positiva.
O ovo também é utilizado com a finalidade de se obter fertilidade, atrair dinheiro, produtividade nos negócios e serenidade em certas situações.
O ovo cozido é utilizado inteiro sobre os EBO ( oferendas) para os ÒRÌSÀ.
Quando cozido e esfarinhado e misturado ao EKURU também esfarinhado, é espalhado sobre o solo da casa dos ÒRÌSÀ, tendo a finalidade de agradar as ÁJÈ ( feiticeiras astrais), neutralizando as energias negativas, quando é invocado neste ritual.
As ÁJÈ, sob o domínio de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, ÈSÚ e OBALÚWÀIYÉ, propiciarão abundancia e prosperidade para a Casa Templo.
O ovo cru quando utilizado inteiro em oferendas, tem a função de tranqüilizar e acalmar.
Por isso é comum vermos muitos ovos crus colocados nos pés de certos OJÙBÓ (assentamentos dos ÒRÌSÀ).
A finalidade será de atrair abundância e proteção, fazendo com que todos os ÒRÌSÀ compreendam perfeitamente que o EBO é uma suplica, e, dependendo da força energética e essência de cada ÒRÌSÀ, esta não só atuará no tocante a fertilidade mais também proporcionara dinheiro, sorte, saúde e desenvolvimento na vida.
Já quando quebrados diretamente na cabeça, têm a função poderosa de purificar e livrar até 80% de qualquer tipo de feitiço ou qualquer outro tipo de negatividade que esteja sobre o Orí de uma pessoa.
Quando em um EBO, ovos crus são atirados no chão ou quebrados em cima do corpo de uma pessoa, que vulgarmente este ato é chamado de descarrego; terá a finalidade fazer uma modificação nos caminhos desta, tirando as dificuldades da vida da pessoa ou qualquer força energética negativa.
Ao ser quebrado, ele revela sua riqueza e seu poder; pois no exato momento que é quebrado, o ovo não terá mais a possibilidade de germinar, ou seja, nascer algo dele, em uma substituição ou troca, que acabará com o problema que aflige a pessoa, possibilitando o fim uma situação negativa.
Por este motivo é que o ovo cru deve ser quebrado, principalmente no ORÍ dos OMO ÒRÌSÀ KON, em uma preparação do ORÍ, que logo depois irá receber os outros elementos que fazem parte para a veiculação e transmissão do poder do Àse.
Começando primeiramente pelo ÈJÈ DÚDÚ o ÀGBO, em seguida o ÈJÈ PUPA das aves ou quadrúpedes, e, finalmente o ÈJÈ FUNFUN do ÌGBÍN, colocado por cima de tudo; purificando e possibilitando a existência e a veiculação e transmissão do ÀSE.
Com a união dos três sangues primordiais, após ter sido purificada com o ovo cru, possibilita assim a pessoa a obter sorte, dinheiro, felicidade, prosperidade, saúde, tranqüilidade e paz.
Quando um ovo é quebrado em qualquer ritual, o nome das ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ é respeitosamente citado e reverenciado, porque, qualquer que seja o ovo, este lhe pertencerá, como relata vários ITAN dos Tratados de IFÁ – Corpo Literário de IFÁ
Quebrar um ovo na rua atirando ao chão pela manhã, por três ou sete dias consecutivos, chamando por ELÉGÁRA e ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, e espargindo dendê por cima do ovo, é um simples e poderoso ritual do Culto a ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ; com a finalidade de afastar qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo, acalmando qualquer energia desfavorável no caminho de uma pessoa.
O OVO DE PATA-PÉPÉYE
O “Ovo de pata” é o símbolo da vida e umas das proibições de Ikú.
A utilização do ovo de pata cru é essencial em certos rituais, tendo como finalidade quebrar as forças da morte, das doenças e das perdas.
Quando cozido e esfarinhado, é utilizado como agente purificador, quando é passado pelo corpo de uma pessoa em EBO de EGÚNGÚN ou ONÍLÈ.
Com casca e seco ao sol, transformado em pó, é utilizado no IGBÁ-Orí e assentamentos de ÒRÌSÀ que tenham relação com Ikú.
“Ovo de pata cru:” enfraquece a força da morte, doenças graves e perdas.
Assim, o ovo de pata pode ser utilizado nos EBO IKÚ, tirando qualquer tipo de morte, seja material, espiritual, financeira ou sentimental.
OVO DE GALINHA – ABO ADIE
Ovo de galinha cru: purifica e tranqüiliza.
Ovo de galinha cozido: tira doenças.
Ovo de galinha esfarinhado: neutraliza negatividade do ambiente, atrai prosperidade e abundância.
OVO DE CODORNA
Ovo de codorna: Neutraliza feitiços.
OVO DE GALINHA D’ ANGOLA- ETÙ
Ovo de D’ Angola: traz dinheiro, sorte, prosperidade, riqueza e sucesso nos negócios.

OVO DE POMBA-EYELÉ
Ovo de pomba: traz tranqüilidade e fertilidade.
Pai Kiko tí Òsun.

sábado, 18 de novembro de 2017

EWÉ ÒSÍBÀTÁ A FOLHA DA TRANSFORMAÇÃO.


Òsíbàtá a Grande Folha Sagrada.

Òsíbàtá é uma folha feminina, de èrò (apaziguamento), ligada ao elemento água, nasce na água (no fundo) e se estabelece em sua superfície. É uma das folhas mais importantes e utilizadas dentro do nosso culto, preferencialmente junto com Èwè Ojúórò, é ligada a todas as divindades d’água, de grande fundamento com Erinlé, Logun Edé, Òsun e a sua batata no fundo do rio a Nàná.
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Existem muitas espécies de Òsíbàtá, com flores nas mais diversas cores, mas seu significado litúrgico é
 o mesmo para todas as espécies...
Largamente utilizada em magias (oògùn) para vencer inimigos. 
Òsíbàtá é uma folha que apaziguá Sàngó.

Muito utilizada em rituais de Eborí.

A de flor branca é utilizada na liturgia de Orí, Òsàlá, Yèmowó, Òsun e Yèmoja.
A de flor amarela é utilizada na liturgia de Òsun, Olóògùn Edé e Erínlè.
A de flor vermelha é utilizada na liturgia de Oyá, Yansàn, Yobá e Yéwá.
E a de flor lilás é utilizada na liturgia de Nàná Bùkúù.

A verdadeira Òsíbàtá, é o Lótus (Nymphaea lotus), planta de origem egípcia, rara e sagrada. Que na época (do trafico escravista) da chegada dos africanos no Brasil, por esta folha ainda não ter vindo para as Américas, foi substituída pelas espécies conhecidas hoje...

As Òsíbàtá (Nymphaea) são folhas consideradas anafrodisíacas, ou seja, possuem o poder de diminuir o libido sexual, esse é um dos motivos desta ser utilizada dentro da reclusão iniciativa, para tranquilizar sexualmente o neófito no período de reclusão. Sua raiz acalma o desejo sexual masculino e é capaz de provocar o aborto nas mulheres.

“Ojúoró ni nlékè Omi
Àbá Òrìsa
Òsíbàtá ni nlékè Odò
Àbá Òrìsà
Mo nlékè Òta
Àbá Òrìsà
Mo nlékè segun abinuení
Àbá Òrìsà


Pai Kiko tí Òsun.









segunda-feira, 19 de maio de 2014

IYÁ ASAGBÓ PERTENCENTE A FAMÍLIA REAL - TIA DE SÁNGÒ.



YA ASABO 

Iyá Asagbó ou Axabó - Orixá feminino da família de Xangô é a irmã de Iyá Massé Malé, e assim sendo tia de Xangô.
Usa vestimentas nas cores vermelho e branco ou rosa (podendo ser estampado). Usa sempre pano da costa. Traz na mão uma lira.
Iya Axabó faz parte dos fundamentos do quarto de Xangô, e segundo algumas tradições Xangô não deve ser assentado sem ela.
Iyá Axabó também faz parte fundamental dos ritos da fogueira de Xangô.

Muitos sacerdotes abrem asés, mas esquecem muitos detalhes e às vezes detalhes que fazem a diferença dentro de um ilê asé e esta divindade tem por obrigação ser assentada a quem faz fogueira para Sangó e Ayrá e a família de Oyó.

Principalmente as pessoas que são destes orisás mas é um grupo pequeno e restrito que tem tal conhecimento de tal iyágbá e é ela quem proporciona o sonho aos Yáwos ( iniciados enquanto recolhidos ) e também juntamente e fundamentalmente fundamentada com Yá mí sendo uma delas também no culto Geledé, e Ossaim o senhor das folhas tanto que ela rege todo o omieró feito no axé juntamente com ele, ela deve ser arrumada no quarto de Sangó e lá cultuada lembrando que ao arrumar Iyá Massé Malé (mãe de Xangô) ) tem que arrumar Iyá Asagbó e vice e versa: uma não caminha sem a outra e só se acende a fogueira para Sángo caso tenha ela assentada em um Ile asé não e apenas pegar uma amontoado de lenhas e tacar fogo.

Muito pelo contrário, há varios orisás como exemplo Iyá Sogbá (Yemonjá) também responsável por participar da fogueira de Sángo que devem ser assentados para que se realize esta maravilhosa festa uma das mais lindas do candomblé. portanto sem esta iyágbá assentada não se pode ser feita a fogueira com seu total asé e com Sángo e Ayrá satisfeitos senhores principais da fogueira.

Por que Iyá Assagbó se tornou importante para o banho de folhas dadas aos iniciados

Em Oyó terra onde Sángo foi rei teve uma terrível época de seca e neste período como a cidade do rei Sángo sempre estava em guerra com outros estados vizinhos Sángo enviou AYRÁ seu ministro a cidades vizinhas que se encontravam em dificuldade para que seu povo obtivesse ajuda e água.

AYRÁ voltou frustrado sem nada ter conseguido por ninguém gostar de Sángo e por ele mesmo ter tido várias guerras com estes povos, no entanto em visita a região sua tia Iyá Asagbó viu a situação de seu sobrinho e ela mesmo tomou os apetrechos das mãos de Ayrá e partiu para os mesmos povos.

Conseguiu com seu temperamento quente e utilizando de magia que aprendera com as Yá -mi tudo que precisava e a tão sagrada água dos povos vizinhos fazendo com que o povo de Oyó se limpasse e recoloca-se tudo em ordem.

Trouxe de um babalawô local um amuleto e entregou aos cuidados de Ayrá Adjaossí (responsável pelas chuvas) e desde então jamais faltou água a casa e ao reino de Sángo que confiou a Iyá Assagbó sua tia, a missão de todo e quaisquer iniciados no seu culto ou o culto yorubá que nenhum banho abençoasse nenhum iniciado que não fosse consagrado além de Ossaim, e também à Iyá Assagbó.

E todo ano também em virtude das grandes festas que acontecem em Oyó e indispensável a sua presença para a fogueira.

terça-feira, 25 de março de 2014

LENDA SOBRE ODÉ ARÒ. Muito Linda e Interessante.


Havia numa aldeia do Kétú uma família considerada estranha pelos demais aldeões, por sempre se manterem isolados dos demais.
Certa feita, o Alakétú ordenou que fizessem uma incursão a citada família e os trouxessem diante do Rei!

No dia seguinte, ainda pela madrugada, os guardiões de Alakétú prosseguiu com a missão ora determinada.

Ao chegarem na casa da Família, o Patriarca da mesma encontrava-se de saída para a caça, costume do Povo do Ketu, saírem ainda pela madrugada para melhor localizarem suas presas ainda sonolentas...

Os guardiões do Alakétú então informa ao Pai daquela Família o que os levou aquela incursão, e procedendo tal como foram designados, levaram toda a família em procissão para o Palácio do Alakètú, mas o que intrigava aos Guardiões era um cesto grande que a esposa do Caçador levava consigo de forma amedrontada!

Em um certo trecho da estrada que parecia infinita, a esposa do Caçador dirigiu-se ao seu esposo e comunica-lhe que algo não estava bem com o que havia no cesto, o que de pronto fez com que o Caçador solicitasse aos Guardiões que parassem num córrego próximo daquela estrada, o que de pronto foi atendido.

Todos acomodaram-se, e a Iyá do Caçador de forma ligeira apressou-se para o córrego, neste momento a Iyá tropeça e o cesto vira-se ao chão, para surpresa de todos um moleque robusto e com olhos esbugalhados salta de dentro do sinistro cesto, todo emaranhado de folhas de panacéia, gigoga e osibatá!

Os Guardiães por acharem estranho demais aquela situação ordena que todos voltem a fila e pegam o moleque robusto e joga sobre a cela do cavalo, num ímpeto e ligeiro ato, o moleque pôs-se a cavalgar para a surpresa dos guardiães que desconhecia a origem do jovem meninote !
Os pais foram aprisionados e levados até o Rei!

Lá chegando toda a façanha fora explicada ao Alakétu, que exigiu explicações plausíveis a família, que então pôs-se a relatar minuciosamente a todos os presentes a origem daquele jovem menino!

Por ocasião da submersão da Floresta Africana, aquele jovem menino foi deixado para trás e Iyá N'ilá Esposa de Odé Agana que encontravam-se em uma copa avistou o moleque assustado, e como tudo a volta estava sendo tragado pela terra Agana pula e socorre o meninote e o deposita num cesto e o mesmo ficou sendo criado por ela até aquela data, e por se saber que não se deveria criar filhos que não eram seus era proibição e lei daquela aldeia, Iyá N'ilá pôs a esconder o meninote até aquela data!

O menino achando que havia sido covarde em fugir e deixar a família a deriva nas mãos daquelas autoridades e por receio do que poderia acontecer a eles resolveu adentrar a cavalgada o Palácio do rei e ao frear deixou o Rei estupefato pela destreza e maestria com que cavalgava!

Naquele momento o Rei reconheceu o filho perdido por ocasião da submersão, e então nomeou Odé Agana o Guardião dos altos da Cidade do Ketu, que é o mesmo Odé Arò que encontramos nos Ogués das casas de Candomblé pendurados no alto, e dito o Oxosse que não põe os pés no chão, e a sua esposa moraria no outro Ogué em qualquer outra parte da casa!
E o menino foi louvado o verdadeiro nome que ele proprio desconhecia "Odé Ogberunjá!!", que daquele dia em diante não se habituava mais ficar as vistas dos outros, e é por este motivo ser o único Oxosse que mora em panela fechada de barro, diferentemente dos demais !
Tocou-se um longo agueré em homenagem a família Arò e todos se confraternizaram!

Opaoká Ogberunjá
Opaoká Ogberunjá
Opaoká Ogberunjá oké
Opaoká Ogbarunjá l'onà !


Obs: Ogué - (chifres de boi ou cornos), pertencentes a Odé.

ITAN AOS PÁSSAROS SAGRADOS.

A LENDA DOS SAGRADOS PÁSSAROS. Uma antiga história yorùbá, diz que Olodunmare Eleda Ohun Gbogbo, o criador de todas as coisas, disse q...